Morei na 206 norte durante 12 anos durante a famosa e bela década de 1980, mudando de lá em 1992. Foram dias maravilhosos, vividos em um época onde uma das maiores diversões, além dos esportes, era ficar debaixo do bloco rindo, sacaneando todo mundo, jogando war, pique bandeira entre outras atividades. Tínhamos um time de futebol, o Nota Quente, que só tinha craque, sendo um deles o saudoso Helton, meu amigo de adolescência que faleceu em um trágico acidente de carro. Estudávamos no CEAN (na época que colégio público era bom), jogávamos volei na travinha (eita, essa é antiga), brincávamos de fechadinha (um fechando o outro de bicicleta) perto do bloco B, nessa eu era imbatível (modesto, hein...), jogávamos vôlei com a galera, tinha a Rosita, Saback, Jarrão, Sergipano, Maurício, meu irmão Marcelo para citar alguns, uma turma animada e bem humorada, mas sempre eu é quem armava a rede e ainda guardava os postes na garagem do bloco B. Quando jogávamos futebol, 4 contra 4, sem goleiro, gol dentro da área, bola dente de leite, muitas vezes descalço, era uma festa. Caneta, balão, chapéu, humilhação de todo tipo. Esta quadra tinha tanto muleque, mas tanto muleque, que além de próxima, havia repróxima, tripróxima e pasmem, quadripróxima. Caramba, era a "machaiada" reunida (ainda não existia o jargão do JQuest). E o gol a gol, fera demais. Controle também. Jogávamos bola também com os porteiros, no campo de brita, isso mesmo, brita e eu ainda jogava descalço, pois não tinha grana sobrando pra comprar tênis toda hora. Massa também eram as festinhas nos aptos. As mães das poucas meninas (Manon, Alessandra, Renata, Viviane, Vanessa, Cristiane) ficavam na cozinha enquanto ficávamos loucos pra tocar música lenta, no máximo 3 pra não miar a festa. O Gastão era metido a DJ, com os discos de vinil a todo vapor. Quando era época de copa do mundo, logo que o jogo acabava, descíamos para a quadra pra jogar bola...era muito bom. Nas copas de 86, 90 e 94, saíamos em carreata pela W3 norte sentido asa sul e fechávamos o trânsito. Era um enorme engarrafamento. A polícia já sabia mas não perturbava. Depois da igreja Dom Bosco, liberávamos uma pista para os ônibus passarem. A galera ia a loucura. Certa vez um guarda quase prendeu um amigo e quando a turma do deixa disso entrou em ação, o próprio guarda mostrou a camisa da Seleção por baixo do uniforme. Bom estas são apenas algumas histórias de um vastíssimo repertório. Depois tem mais!